Parte XXIX - 8 de fevereiro de 2030 - 8h
- Por Gabriela Carvalho
- 18 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

- Sam, onde você tava cara! A TV não para de falar de um vampiro que tomou conta da manifestação no final – fala Oliver. Sam e Naty entram, ela coloca Clara adormecida no sofá.
- Onde está a Ema?
- Dormindo lá em cima, o que aconteceu lá? Vocês estão sujos. Isso é sangue? – fala Oliver, limpando sangue da camisa de Sam. Ele corre para ver Ema, Anastácia e o restante entram eufórico pela porta.
- TEMOS QUE IR! SAM, EMA! – grita Ana.
- Onde vocês vão? –pergunta Oliver.
- Viu a televisão hoje, NERD! Estamos sendo caçados! Sete dias para sumir da face da terra – diz Ian, pegando uma maleta de dinheiro. Ana desce com Sam e Ema nos braços.
- Esquece isso, não vamos precisar – Enzo senta na cadeira e tira o colar clerical da camisa.
- Quando decidi pelo sacerdócio, senti que a minha missão era unir as espécies pela fé, buscar a união de todos, sempre achei que a igreja um dia iria revelar a verdade – ele joga o colar na bancada da cozinha. Naty se aproxima dele.
- Padre, não desista, precisamos do senhor! Deus o escolheu para nos guiar, por favor, não nos desampare agora.
- Deixa eu ir com vocês? – fala Oliver.
- O quê? TÁ MALUCO! Oliver; estamos fugindo pra não morrer – diz Sam.
- Garoto, estão nos caçando, irão matar a todos que estiverem conosco, não posso arriscar sua vida – fala Marcel, limpando e carregando suas armas de fogo antigas.
- Eu não tenho vida! Não conheço meu pai, minha mãe é uma drogada, prefiro fugir do que ficar nessa cidade me conformando com tudo – ele diz, com os olhos lacrimejados – Que futuro posso ter, se eu conheço você Sam, é obvio que virão atrás de mim a fim de encontrar você e os outros, assim como a Naty – ele fala. Sam coloca a mão esquerda no ombro dele e com a direita, estende para Naty que pega.
- Estamos juntos nessa! – ela fala.
- Então vamos logo, quem quiser vir conosco, que venha sem olhar pra trás, não temos tempo pra despedidas – fala Ana, saindo. Ian pega Clara no colo e sai, todos vão atrás, exceto Enzo, Sam, Oliver e Naty.
- Seus pais?! – pergunta Sam para Naty.
- Eu não tenho pais – ela fala nervosa e sai.
- Vamos filhos, está na hora! – diz Enzo, levando eles pra fora.
Assim que eles pisam pra fora, encontram todos os carros do quarteirão destruídos, uma multidão fecha a garagem da casa de Marcel e fazem um corredor para eles caminharem. Ema, acordando, se assusta com o que vê e se esconde no pescoço de Ana, abraçando o ursinho. Ao perceber que terão de andar pra fora da cidade, todos vão caminhando, sem usar poderes de vampiros ou magia para isso.
A cada passo, Ana sentia o peso do ódio de Teodor a perseguindo.
- Espero que o mestre faça você sofre muito, princesa bastarda! Imunda! – fala uma vampira que gospe em seu rosto, Ana se esquiva pra proteger Ema em seu colo, ela tampas os ouvidos da menina.
- Quando seu mestre me encontrar, eu arrancarei a cabeça dele e jogarei pra você colocar na parede – fala.
Todos caminham pra fora da cidade, percorrendo todas as ruas, Teodor está no topo do Empire State observando seus inimigos saírem humilhados da cidade. Naty e Sam saem abraçados, ele a amparando, Oliver caminha com sua mochila nas costas, pensando em como errou ao achar que enfrentar vampiros na vida real seria o mesmo do que matá-los nos jogos.
Axel, como sempre foi ao longo dos séculos, pensa em uma forma de tortura insuportável para usar em todos que quiserem matar ele e sua família. Kaira dá a mão para seu irmão Erick, que lamenta mentalmente a submissão dos vampiros a um louco. Marcel encara a multidão sem nada passar pela sua cabeça ele enxerga Petter e Sean o olhando na sacada da delegacia, ambos tristes, ele sorri em sinal de despedida, Enzo sente-se como um desertor, imoral e Ian, caminha com Clara no colo, pensando em como manterá essa criança viva e proteger a quem ama.
Comments