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Parte XXV - 8 de fevereiro de 2030 - 6h (3/3)

Brooklin - 5h05


anastacia

Oliver está jogando vídeo-game, seu quarto está cheio de hologramas que imitam uma zona de guerra, com uma arma de plástico e um microfone, ele conversa com os outros jogadores mata vampiros. O telefone toca e o jogo fecha automaticamente.


- Alô! – fala Oliver nervoso.

- Cara, você tem que parar de virar a noite jogando – diz Sam do outro lado da linha.

- Imagina, ainda mais agora que vampiros existem, quero treinar minha mira – fala Oliver, apontando a arma para o pôster de Drácula preso na parede.

- Vai conseguir realmente acertar um vampiro de verdade treinando em um jogo de realidade virtual – brinca Sam – escuta, to precisando que você fique de olho na Ema hoje...

- Hoje cara, eu tava pensando em ter um contato mais físico com vampiros, eu queria ir na passeata. Vai demorar? “Quê” que “cê” vai fazer? – Ana escuta o que Oliver está falando e faz gestos com as mãos para Sam negar a demora e aponta para a foto de Paul na mão dele.

- Não! Eu vou só buscar meu pai no hospital e volto.

- Tá e que hora vai ser isso?

- Lá pela 6h, 6h30, você pode já ta vindo pra cá, quero conversar com você antes...

- Beleza. Tô indo...

- Obrigado.

- OBRIGADO! SÉRIO?! É você mesmo, Sam?! Para de ser tão educado... – Oliver desliga o telefone e sai do quarto, desce as escadas, ele vai até o sofá e encontra sua mãe dormindo, com uma garrafa vazia de tequila, a mesa de centro está lotada de papelotes de crack e pinos de cocaína vazios, um tablete de raxixe pela metade está jogado na beirada. Decepcionado, ele retira a garrafa vazia das mãos da mãe e vai embora.


- Eu vou esperar ele na porta da minha casa – diz Samuel.

- Tudo bem, tome cuidado! Outra coisa, após resgatarmos a seu pai e a Clara; vamos fugir – conta Ana – essa guerra não é sua e precisamos manter vocês a distância dos nossos problemas.

- Ana, é meu sangue que ele quer essa guerra também é minha, Diogo disse ao telefone que hoje ia me despedir de meu pai, se isso realmente acontecer, não tenho mais nada nessa cidade que me impede de levar minha irmã pra longe, eu vou junto com vocês - diz Sam – eu volto logo.


5h07min


Oliver pega o ônibus para encontrar Sam, dentro do veículo, todos parecem encará-lo, ele olha para a janela e enxerga pequenos grupos de vampiros se reunindo, assustado, ele coloca o capuz na cabeça e segue viagem calado, sentado no banco do canto do transporte, uma adolescente de aparência sombria senta ao seu lado, encarando-o.


- Sabia que sinto o cheiro de seu sangue e posso ouvir seu coração batendo cada vez mais rápido? – ela fala tentando assustá-lo.

Oliver arregala o olho e percebe que quanto mais assustado demonstra estar, mais a menina chega perto de seu pescoço, ele busca forças internas para olhar nos olhos dela e dizer na mais pura tranqüilidade: - “Legal!”. – A menina ao pensar que não assustou Oliver fica nervosa e se levanta, o ônibus para e ela desce, quando as portas fecham, Oliver encosta a cabeça no vidro e suspira aliviado.


5h20min


Samuel é parado na rua por um grupo de vampiros que o cercam.


- Onde você vai? Humano! – diz um jovem arruaceiro, os demais fecham o círculo, deixando Sam encurralado.

- Estão enganados, não sou humano!

- Não! Eu sinto o cheiro do seu sangue.


Samuel lembra de um feitiço de transporte que leu no grimorio de Ayla, ele se concentra, respira fundo e decide tentar usar seus poderes como bruxo, ele percorre com a mente todo o caminho até chegar a sua casa.


- Como disse, não sou humano!


Ele começa a afastar os vampiros com a mente e desaparece, chegando dentro da sala de estar da sua casa. Nesse momento, Oliver chega e bate na porta.


- Cara ta uma bagunça lá fora, tive que provar que era humano pra conseguir uma carona – ele fala mostrando a ponta do dedo cortada.

- Por que não pegou o ônibus? – pergunta Sam olhando para os lados, se certificando que o grupo que o abordou não está nos arredores.

- Peguei o primeiro e uma menina demoníaca tentou sugar meu sangue. Achei melhor pegar uma carona do que arriscar esperar o ônibus na rua. O que você tanto olha?

- Nada vamos embora. Minha irmã está na casa de um amigo do meu pai – ele fala.

- Vocês não estão aqui – fala Oliver descendo as escadas pra ir novamente pra rua, Sam o puxa pelo capuz para entrar na casa.

- Pela porta dos fundos!


5h25min


- Estou indo pra manifestação, me liguem qualquer coisa – fala Enzo.

- Claro padre. Vá em paz! – diz Anastácia, ele se despede e sai, ela se certifica que Enzo já virou a esquina para abrir a mensagem que recebeu - Ok! Axel conversou com o clã de onde o pai dele descendente, parece que os lobisomens sentiram a presença de Teodor há um mês e meio, disseram que se ele voltar irão lutar do nosso lado, o líder deles vai reunir os outros Clãs – fala. Ian aparece desligando o celular.

- Erick me informou que Castelo de Richard – diz, apontando a localização no mapa em cima da mesa – está inteiramente fechado dentro da Floresta Negra, tombado como Patrimônio da Humanidade, é um local de difícil acesso, em ótimas condições de habitação... Ana, tem certeza que se esconder dentro do castelo do esposo da sua irmã é uma boa ideia?

- Ótima! É um patrimônio tombado, difícil acesso, ruínas do castelo de verão do mais famoso e cruel rei que a Alemanha já teve, atualmente, as pessoas não se preocupam em caminhar por ruínas que não ofereçam atrações holográficas e experiência virtual para elas. O palácio e a fortaleza dele já são mais que suficientes para visitação. E alem do mais, Teodor não conhece Alice e Edward, não sabem que são meus irmãos – ela fala, Ian ainda desconfia do plano - Vai funcionar por um tempo, enquanto Teodor se distrai escravizando todo mundo.

- E como chegarão lá? – pergunta Petter.

- Isso eu posso responder – diz Marcel – falei com a Kaira, ela hipnotizou 14 pessoas com as características semelhantes as nossas para pegar um avião com destino à Inglaterra e outro pra Romênia. E é aí que você entra meu amigo, você e Sean ficarão aqui em Nova York e pegará as câmeras do circuito interno do aeroporto com as imagens que selecionamos ontem e mostrará para o público, alegando que fomos pra Hungria, assim todo mundo vai ficar distraído enquanto fugimos para a Alemanha no avião do Axel, mas para isso, temos que chegar a São Francisco.

- Sem problema, farei um feitiço que bloqueia nossa localização para o Teodor e nossa aparência.

Nesse momento, Axel, Kaira e Erick chegam, juntamente com Sam e Oliver.

- Owowowowow! Pera aí! – fala Oliver, se aproximando de Marcel – Esse é o vampiro da TV – ele olha pra Ian – E esse também! – ele começa a rir.

- Pensei que estava treinando sua mira pra matá-los? – pergunta Sam, passando a mão na cabeça.

- Era brincadeira! Cara isso é muito legal! – Ian o olha sem saber o que fazer, Axel avança contra Oliver e arreganha os caninos, o rapaz se assusta e cai no chão.

- KKKKKKKK! Desculpe achei que fosse divertido – diz Axel.

- ISSO FOI ASSUSTADOR! Mas muito legal! – diz Oliver. Sam o ajuda a levantar.

- Ema está no quarto! Vem! – Oliver sobe as escadas atrás de Sam, ele pega o celular e nota que está sem acesso à internet.

- Aqui não pega internet?! Que casa é essa!?

- Uma casa que te impede de enviar nossa localização por aí – diz Ana atrás dele.

- Cuide da Ema e não saia de perto dela, não importa quanto tempo demore pra chegarmos, não conte a ninguém que está aqui e quem conheceu – ela fala, hipnotizando-o – Vamos Sam!

- Aí cara! confio em você pra tomar conta da minha irmã! – diz Sam, indo embora.

- Não se preocupe, ela vai ficar bem.


6h


Todos correm para a sala de estar da casa de Mary. Ana abre o mapa mundi e coloca no chão, Sam, posiciona as velas, em um vasilhame de madeira antigo, cada vampiro morde seu pulso e despeja um pouco de sangue dentro do objeto, Ana faz o mesmo, Sam pica o dedo com uma agulha e despeja algumas gotas, ele tira um fio de cabelo da irmã e coloca dentro do vasilhame também.

Ana com a mente acende as velas, cada uma em cima de um continente do mapa. Com o vasilhame nas mãos, ela o incendeia e as chamas saem roxas; murmurando palavras em hebraico, ela despeja o sangue em cima do mapa, logo o líquido começa a andar pelo mapa formando pequenos pontos de localização e depois um grande círculo no centro do papel, ela abre os olhos.


- Esse feitiço impedirá que Teodor ou qualquer outro bruxo nos encontre, além de também fazer com que nossa fisionomia não seja lembrada pelas pessoas, a partir de agora somos invisíveis.


Petter está em pé na porta e Sean no jardim, ele olha pro relógio e aciona o amigo pra chamar os demais.


- Tá na hora! Vamos! – diz Petter.

Ana queima os rastros do feitiço.

- Isso não vai anular o feitiço? – pergunta Sam.

- Não, após o feitiço ser concluído, os elementos utilizados não passa de meros rastros, podem ser destruídos normalmente.


Do lado de fora, eles se misturam na multidão, vampiros andam pela rua, em silêncio, os seres humanos abrem caminho para eles passarem, amedrontados, alguns vampiros gritam palavras de ordem e carregam cartazes escritos: “Não somos assassinos!” “Sangue é nosso alimento” “Não somos culpados por todos os crimes sem soluções do planeta” “Humanos não precisam de nós para matar”, etc.


- Recebi uma denúncia anônima que um grupo de vampiros viram o Diogo entrar no Parque no centro da cidade – fala Sean – Depois que o viram expor um deles daquela forma, estão querendo entregar a cabeça dele pra mim.

- Sorte nossa deles não quererem arrancar a cabeça dele primeiro – diz Ian.


Eles correm para tentar chegar mais rápido a avenida que dá acesso ao Parque, ao dobrar a esquina, se deparam com milhares de vampiros cobrindo todo o caminho. Enzo está no lado oposto, pedindo calma a um grupo gigantesco de humanos querendo brigar com vampiros, muitos seguram estacas de madeiras, facas e outros objetos, eles querem a aniquilação dos vampiros e são contra a passeata.


- Ian olha isso – fala Ana, apontando para os humanos raivosos – voltamos a Idade das Trevas.

- Realmente o cartaz está dizendo a verdade – menciona Ian.

- Que cartaz?

- Os humanos não precisam de vampiros para matar, eu completo dizendo que eles precisam de motivos para ser tão cruéis quanto nós. Vamos.

Eles viram, porém nem o poder deles é insuficiente para avançar pela multidão.

anastacia

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