Parte XXIV - 8 de fevereiro de 2030 - 6h (2/3)
7 de fevereiro de 2030 - 13h30min
- PAI! – grita Sam ao entrar no quarto no hospital. Ana está atrás dele, ao não encontrar Paul, ela retorna para procurar alguém, felizmente uma enfermeira chega para arrumar o quarto.
- Com licença senhora, onde está o paciente desse quarto? Paul Clint?
- Ele recebeu alta, o filho veio buscá-lo.
- Que filho? Eu sou o filho dele! – a enfermeira olha para ele por alguns segundos sem esboçar reação, depois volta a arrumar a cama, indignado com a atitude, Sam tenta confrontar a mulher e Ana o impede.
- Não adianta! Diogo usou um feitiço de hipnose nela, não vai responder mais nada.
- O que vamos fazer Ana? – telefone de Samuel toca, é seu pai.
- Pai, onde você ta? Te machucaram?
- Não, eu estou bem e... – Diogo pega o telefone da mão de Paul.
- Olá, Samuel, mas que bom ouvir sua voz.
- O que você quer com meu pai? – Ana pega o telefone da mão de Sam e ativa o viva voz.
- AFF, que perguntinha chata, é mal de família é?... Esquece, escuta, se quiser se despedir direito de seu papai, me encontre amanhã às 7h.
- Tá legal! Onde?
- Own! Isso você vai ter que descobrir; charadinha pra você brincar de advinha o resto da tarde com seus amiguinhos estranhos: estou presente no nascimento e na morte daquele a quem destino um novo amanhecer? TIC TAC, TIC TAC O relógio ta correndo – fala Diogo desligando o celular.
- Que charada horrível! Nem rimou! – diz Anastácia, Sam olha pra ela nervoso pela brincadeira – Ele está se referindo a Teodor, o sangue esteve presente em todos os momentos citados, vida e morte.
- E amanhecer?
- Mortes acontecerão para ele conseguir o poder necessário para libertar Teodor: Dar a ele um novo amanhecer! Ele precisa do poder original dos irmãos pra criar uma representação do corpo de Teodor, esse poder ele tira através do sangue. Ele não irá fazer nada com seu pai ou com a Clara hoje. Vamos pra casa.
Paul e Clara estão presos por correntes grossas, antigas e muito pesadas. Na sala suja existem dois colchonetes forrados com lençóis desbotados, dois travesseiros e cobertas de feltro, a menina está encolhida com medo. Paul encara Diogo com ódio.
- Gostou das acomodações? Esse prédio foi abandonado em 2012 após a empreiteira passar a ser investigada por corrupção, as correntes são de 1613, bem velhas não?! Comprei pela internet, adquiri como objeto de decoração, mas em vocês – ele diz, mexendo as mãos como se determinasse o foco de uma fotografia – ficou ótima! – ele ri de sua “piada” e vai embora, fechando a porta.
8 de fevereiro de 2030 - 5h
Samuel está deitado acariciando os cabelos de Ema, Marcel surge na porta e o chama para descer, ele dá um beijo na testa da irmã e desce. Na sala estão Ana, Ian, Petter e Sean.
- Onde estão os outros três? – pergunta Sam sobre Kaira, Axel e Erick.
- Foram encontrar alguns amigos, arrumar aliados – fala Ana – é preciso definir quem está do nosso lado. – Ian está olhando pela janela da sala, entre a cortina, observando a aglomeração de pessoas caminhando pela esquina sentido avenida principal.
- Os vampiros estão se reunindo...
- Eu olhei na internet, a passeata vai durar o dia inteiro até meia-noite, nem todos os vampiros conseguem sair no sol.
Ana pega no bolso um celular simples para olhar as horas.
- Pensei que você tinha queimado seu celular? - pergunta Sam.
- E queimei, esse aqui é mais antigo, podemos nos comunicar sem sermos localizados, é claro que depois disso, temos que jogar fora.
Enzo bate na porta pra entrar. Petter abre.
- Estão prontos? – ele pergunta – Onde estão os outros?
- Eles foram encontrar alguns velhos conhecidos que queiram nos ajudar – diz Ana.
- Vou participar da manifestação, tentar acalmar os humanos. Quem vai ficar com a pequena?
Todos trocam olhares, haviam se esquecido desse pequeno detalhe.
- Precisamos de alguém que a Ema não estranhe – diz Ian. Samuel se lembra de seu amigo Oliver.