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Parte XXII - 7 de fevereiro de 2030 - 12h

  • Por Gabriela Carvalho
  • 28 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

anastacia

Todos estão sentados em volta do balcão da cozinha, assistindo ao noticiário no painel preso no centro do balcão de mármore, Samuel está na mesa de canto, mexendo no computador, o que ele vê pode ser visto por todos através de outro painel na parede que divide esse cômodo da sala. Petter retorna pra dentro da casa.


- Falei com Rogers, ele está vindo pra cá.


Erick chega na porta da cozinha. Ele está de terno chumbo, mais alto que os irmãos, anda como um lorde inglês, postura reta, caminhadas curtas e tranquilas, quase não escuta o barulho de seus sapatos no chão, ele é loiro de olhos castanhos. Ele pára atrás da irmã e passa a mão em seu ombro esquerdo, acalentando-a. Todos o encaram.


- Devemos fugir – ele diz calmamente.

- Ele tem razão! Logo essa casa não será mais anônima, devem se esconder – diz Enzo – Existe uma fortaleza em Volterra...

- Uma fortaleza embaixo da cidade, desconhecida por todos, exceto para nós, vampiros eram mantidos lá acorrentados durante as cruzadas, em seguida, os lobisomens usavam para se prenderem nas noites de lua cheia. Eu conheço padre e qual é a sua sugestão para chegarmos lá: Entrar como cidadãos comuns em um aeroporto cheio de câmeras e pessoas prontas pra reconhecer e atacar o Marcel.... – fala Ana.

- E não só o Marcel... – diz Samuel, todos olham pro painel e vêem a imagem de Ian na internet – “O retrato perdido do Filho do Diabo foi encontrado em escavações nos Montes Bihor, o sítio arqueológico nos Cárpatos estava fechado desde 2025 por não terem encontrado rastros do rei no local”.

- O quadro está escondido no salão de armas do palácio, há uma passagem secreta que leva a salão ao castelo. Era onde estavam escondidos os caixões de Baltazar e Teodor – fala Ian.

- Existia mais alguma coisa la? – pergunta Sam por curiosidade.

- Não, apenas armas e vestidos - Jhonny?! – Ana lembra-se do assistente virtual, ela pega o celular e chama por ele – Jhonny, está me ouvindo?!

“Sim senhorita. O que deseja”?

- Como está às coisas por aí?

“Ana, vários arqueólogos estão escavando á 500 metros daqui, informei que a propriedade era particular, no entanto, eles estão varrendo os arredores”.


Anastácia olha para Ian e Marcel, os olhares de tristeza se confunde com o sentimento de estarem perdidos frente à situação, por mais que soubesse que tal dia chegaria, não estavam de fato preparados como imaginavam. Ian e Ana apertam as mãos, Marcel apoia a filha com o olhar, ela pega o celular e manda ordens para Jhonny:


- Jhonny – ela suspira – destrua os arquivos, deixe salvos apenas os que estão armazenados nos dispositivos e na nuvem, os confidencias, criptografados e demais arquivos e dados que não passem pela rede, destrua todos, remova os indícios de tráfego e localização, após isso, acione a destruição da sala secreta onde estão guardados todos os diários, passaportes e identidade falsos, retratos, álbum de fotos e arquivos escritos meus e do Ian dos últimos séculos, ao concluir o processo. Não quero que realize backup, nem mesmo para manter sua memória, destrua tudo.


“Sim Ana. Quer que eu também destrua as linhas de transferências de dinheiro e informações para seu smartphone”?


- Sim, destrua também o software falso de nossas identidades e registros virtuais de nascimento. Faça isso agora!


“Iniciando processo de autodestruição... Itens: todos os arquivos do cofre, softwares de identificação mundial, dados confidenciais e criptografados, destino de transferências de dinheiro e informações, senhas. Salvar: dados básicos e não criptografados. Formatar sistema e apagar memória oculta, conversas, combinações, criptografias, não realizar backup. Confirmar”?


- Sim – fala Ana com firmeza.


“Ativando bomba de Nitrocelulose. O processo estará concluído em 7 minutos, conclusão confirmada por sms”.


- Como vamos chegar até lá? – pergunta Petter, olhando para a foto de Volterra no site de busca. Sean chega pelo jardim e bate na porta.

- Desculpem, não quis bater na porta da frente pra não ser visto entrando.

- Tudo bem, não existe mais porta da frente nessa casa mesmo – diz Ana – entra.

- Marcel, você está bem?

- Sim. Eu não fui responsável pelos desaparecimentos.

- Tudo bem, eu... Eu estou um pouco confuso com a situação, em que devo acreditar, eu só....

- Não somos monstros – diz Anastácia. Eles escutam gritos das crianças vindos do quarto e estilhaços de vidro caindo no chão, todos sobem pra socorrer, Samuel vai na frente.

- EMA! - ele grita entrando no quarto, ela está sentada no canto, em posição fetal, chorando.

- Onde está Clara? – pergunta Marcel.

- Ele levou!


Ana olha para o que restou da janela, a sombra do pentagrama começa a ser desenhada no que restou na janela, como se alguém tivesse embaçando e escrevendo no vidro.

“Anastácia” – chama a voz de Teodor. Após o desenho do pentagrama, o rosto de Teodor começa a ser formado. Ana se aproxima e toca no vidro, toda a janela explode de uma vez.

anastacia

 
 
 

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