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Parte XIV: Na delegacia -6 de fevereiro de 2030 - 1h

  • Gabriela Carvalho
  • 3 de dez. de 2016
  • 5 min de leitura

Samuel está sem camisa sentado na maca, a médica chega para colher as amostras. Do lado esquerdo, a painel na parede mostra detalhes dos ossos Sam, temperatura corporal, batimentos cardíacos, etc.


- Olá, Sam, sou a Tereza. Estudei com sua mãe, sinto muito! Eu terei que fazer algumas perguntas sobre o que aconteceu hoje, tudo bem? – Sam acena com a cabeça, a legista chega perto dele e começa a observar as lesões na pele, principalmente nas costas - Você se lembra se arrancou algum cabelo do assassino, se o arranhou?

- Acho que eu dei um soco nele, eu cortei a boca dele – diz Sam. A legista olha as mãos e percebe vermelhidão na mão direita de Sam, ela enxerga vestígios de sangue e colhe a amostra com um cotonete. Continua a analisar Sam e vê sua tatuagem no antebraço.

- Uau! Sua mãe sabia que você tinha feito essa tatuagem?

- O quê? Ele pergunta confuso, olha para o braço e vê o desenho da árvore – Ah! Tá! A árvore.

- Tem algum significado?

- Não, é só um desenho.

- Doeu?

- Ardeu um pouco – ele diz lembrando quando o desenho se formou na sua pele.

- Muito bem Sam, pode se vestir e sair, o detetive Rogers está esperando na sala de interrogatório, parece que ele não quer esperar até amanhã para te ouvir, foi mal?! – ela fala.

- Tudo bem! Quanto mais rápido falar, mais rápido acaba – ele diz vestindo a camisa – obrigado!


Ele sai e Marcel entra em seguida.


- Sorte dele ter deixado a irmã na sua casa! – diz a legista.

- Muita sorte – fala Marcel, retirando a camisa. Tereza fica sem graça.

- Coloca sua camisa aqui – ela mostra o saco – a calça você pode tirar ali atrás depois que eu acabar.


Ele senta na maca e Tereza começa o olhar seu corpo, não há manchas, sem vermelhidão de pancadas recentes.


- Tem certeza que brigou com alguém hoje? – ela brinca. Uma cicatriz chama sua atenção, um corte no meio das costas.

- Qual a história dessa? – ela pergunta curiosa.

- Foi um acidente de trabalho. Morava na Hungria, faz muito tempo – ele diz, lembrando o ferimento causado por uma de suas batalhas quando era cavaleiro.

- Preciso de alguma informação para colocar no laudo, não posso simplesmente dizer que você não tem marcas. Lembra de alguma coisa?

- Lembro que ele tentou me acertar com uma faca, desfiei, peguei a faca e acertei na mão dele – ele fala, demonstrando o gesto que fez com o corpo. A legista olha na cintura de Marcel e vê um pequeno risco vermelho.

- Não chegou a cortar – ela diz, pegando a camisa de Marcel – vista, ele veste e volta a olhar a região, a camisa está rasgada bem em cima da marca – mas deixou um sinal! Vou encontrar mais algum sinal em você que tenha sido feito hoje? – ela pergunta, Marcel diz que não – Pois bem, já acabamos Marcel, pode ir – ela diz entregando uma camiseta azul clara limpa.


O detetive Rogers conversa com Samuel na sala e Marcel observa escutando tudo o que o menino diz:


- Eu entrei pelos fundos, deixei minha irmã num balanço em uma arvore e pedi para ela contar uma hora no relógio, se eu não chegasse antes disse ela tinha que pedir socorro. Deixei ela lá e voltei, encontrei minha mãe morta no chão, sangrando muito, o homem estava com a faca na mão e partiu pra cima de mim, desviei e acertei um soco nele, ele me empurrou para a escada, foi quando Marcel chegou...


- Cheguei lá e encontrei o Sam sendo empurrado e batendo nas escadas, Paul estava caído próximo a lareira ....

- Você tinha visto Mary caída no chão nessa hora? – pergunta Rogers.

- Não – responde Marcel.


- Ele entrou, eu me escondi, queria chegar até meu pai, precisava saber de meu pai, não vi direito como Marcel conseguiu atingir ele... – Sam para confuso – Acho que Marcel foi atingido pela faca.


- O assassino tento acertar a faca na minha barriga, eu consegui desviar, peguei a faca e acertei bem no meio da tatuagem que ele tinha na mão – conta Marcel.

- Que tatuagem? Você se lembra do desenho? – pergunta Rogers.


- Uma estrela dentro de um círculo... Alguém tem um papel e uma caneta? – pergunta Sam, o detetive entrega um pedaço de papel para ele que desenha a tatuagem – assim. Ele tinha esse desenho na mão! – ele fala mostrando o desenho para o detetive.


- Um pentagrama. – diz Marcel – o assassino tinha um pentagrama nas mãos, é uma estrela de cinco pontas dentro de um círculo, é um símbolo muito antigo, não tinha visto ninguém nunca desenhar ele na pele.

- Esse é o pentagrama? – pergunta Rogers mostrando o desenho feito por Sam.

- Isso!

- Você sabe se a Mary tinha algum inimigo, detetive?

- O caso de Sarah Millers, eu vi esse rapaz na cena do crime na manhã que encontramos o corpo, a filha dela, Clara, me apontou o suspeito na multidão, persegui ele por três quarteirões até ele fugir pulando a cerca de um beco, observei o mesmo desenho na mão dele. Visitei o hospital psiquiátrico onde Clara estava internada, da janela do quarto tive a impressão de ver o mesmo homem observando o local. Penso que estamos tratando de um serial killer.

- E por que ele mataria a Capitã de Polícia? –pergunta Rogers.

- Talvez ele quisesse demonstrar poder!Na manhã do atentado, ela deu uma coletiva de impressa e deu as características dele de acordo com o que vi, ele pode ter visto isso como uma ameaça e decidiu se vingar; sabemos como esses psicopatas são – afirma Marcel olhando para Rogers.


Marcel e Sam caminham para fora da delegacia.

- Acho que eles desconfiaram de algo? – pergunta Sam.

- Não, falei as mesmas coisas que você disse no depoimento, eu escutei.

- Como você!? Esquece! Já basta sua filha mostrar os dentes pra mim essa noite – diz Sam.

- Ela se transformou na sua frente?

- Sim, primeiro ela parecia possuída por um demônio, na outra parecia um demônio. O que vocês são? – pergunta Samuel.

- Você saberá! Vamos embora – eles entram no carro de Ian e vão embora. Rogers observa o carro partir.


- O que está olhando Sean? – pergunta Petter para Rogers.

- Por que as crianças não estão no abrigo? Vi Samuel ir embora com Marcel.

- Bom, Ema ainda não sabe da morte da mãe e Paul só está desacordado no hospital, não achei necessário encaminhá-los para um abrigo, deixá-los dormir na casa de Marcel fé bem melhor. Ema tem só 8 anos. e perdeu a mãe! ... Você sabe quem vai assumir o comando do departamento agora?

- Não. – diz Sean Rogers, desconfiado da conversa longa entre Marcel e Sam fora da delegacia.

 
 
 

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