Parte I - Paris: 4 de janeiro de 2030 - 02H
- Por Gabriela Carvalho
- 10 de set. de 2016
- 2 min de leitura

Anastácia corre pelo longo corredor que a leva as masmorras de seu castelo, o ar é gélido, ela está sozinha na escuridão do palácio, descalça, vestida com sua camisola longa branca, ela ouve sussurros por todo lado, ao fundo o choro de uma criança.
- Anastácia! – soa diabolicamente a voz de Teodor. Ela continua a correr.
Conforme desce as escadas, a voz do bruxo fica mais alta, assim como o choro da criança. Em uma das celas, ela vê quem chora: o menino que ela viu na lanchonete em Nova Iorque. Ana olha para o lado e enxerga o corpo dos pais do garoto, ensanguentados.
- Tudo bem! Está seguro agora? – ela exclama, estendo a mão para o garoto.
- Ele matou eles? – ele exclama assustado, abraçando-a.
- Quem? – ela pergunta.
O menino é puxado de seus braços bruscamente. Na sua frente, surge a figura demoníaca de Teodor. Ele arranca a cabeça do garoto.
- Sentiu minha falta? – exclama Teodor empurrando Anastácia na parede. Ele toca seu coração com as mãos. No momento de arrancá-lo, Anastácia acorda com uma forte dor no peito.
- O que houve? – Ian pergunta.
- O mesmo sonho. Já é a terceira vez que sonho com a mesma coisa essa semana – ela diz, levantando da cama.
Anastácia anda em direção à janela, senta na poltrona para admirar a Torre Eiffel na escuridão. Ian acende as luzes da suíte.
- Você lembra-se do garoto que vi há quinze anos em New York? – ela pergunta para Ian.
- Aquele que você disse parecer com Baltazar?
- Nos meus sonhos, Teodor o persegue, o mata, a ele e seus pais.
- O que mais você sonha?
- Sonho com uma mulher loira, enfeitiçando seus três filhos, dois homens e uma mulher, os transformando em vampiros. Jonathan me disse uma vez que não éramos os únicos imortais na terra.
- Você acha que essa mulher e seus filhos têm alguma relação com esse garoto? – pergunta Ian.
- Não sei. Não sei – repete Ana aflita – Só queria poder entender de uma vez o que esses sonhos significam. Estudei magia todos esses séculos, porém de nada adianta para implorar por sinais mais óbvios – reclama. Ian passa a mão em seus ombros, deslizando-as por sua pele até abraçá-la.
- Calma – diz Ian, beijando seu rosto – Você sempre tem esses sonhos quando está longe de casa, à noite estaremos de volta ao castelo, você vai ver como fica mais tranquila - diz, consolando-a - Agora vamos dormir – finaliza Ian, puxando-a para a cama.
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